A linguagem COBOL foi criada nos anos 60 e, mesmo com décadas nas costas, continua rodando o coração de muitos sistemas bancários, governamentais e corporativos ao redor do mundo. Mas a pergunta que não quer calar é: será que a geração Z vai assumir o bastão? Ou o COBOL vai virar peça de museu?
Neste artigo, vamos falar sobre o cenário atual, os desafios da nova geração e o que podemos esperar do futuro da programação COBOL.
A realidade: COBOL ainda está em todo lugar
Apesar de antigo, o COBOL não morreu. E nem vai morrer tão cedo. Estima-se que mais de 300 bilhões de linhas de código COBOL ainda estejam em uso. Sistemas de folha de pagamento, seguradoras, bancos, Receita Federal, INSS... tudo isso ainda roda COBOL — seja em batch ou com interface CICS.
A maioria desses sistemas estável e robusta, mas foi escrita por desenvolvedores que já estão se aposentando ou já saíram do mercado.
O problema: onde estão os programadores?
A geração Z — nascida a partir de 1995 — cresceu ouvindo sobre JavaScript, Python, APIs, inteligência artificial e desenvolvimento ágil. COBOL não faz parte desse cardápio moderno. Resultado: falta gente capacitada pra dar manutenção e evoluir esses sistemas legados.
As universidades raramente ensinam COBOL, e quando ensinam, fazem com desdém. Os próprios programadores da nova geração olham pra linguagem com preconceito, sem saber da força e estabilidade que ela oferece.
Oportunidade: um mercado que paga bem
A carência de mão de obra já começa a se refletir em altos salários e oportunidades no Brasil e no exterior. Grandes empresas estão buscando profissionais com conhecimento em COBOL, CICS, JCL, DB2 — e pagam bem por isso.
Além disso, aprender COBOL é mais fácil do que parece, especialmente pra quem já tem lógica de programação.
O desafio: tornar o COBOL mais acessível
Pra conquistar a geração Z, é preciso mostrar o valor do COBOL com exemplos práticos, conectar o legado ao presente e criar pontes com o mundo moderno:
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Emuladores como Hercules TK5 permitem estudar COBOL sem depender de um mainframe real;
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Ferramentas como VS Code com suporte a COBOL facilitam o aprendizado;
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Conteúdos no YouTube, fóruns e cursos gratuitos podem despertar o interesse dos mais jovens;
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Mostrar como COBOL se conecta com JSON, APIs, Banco de Dados modernos pode quebrar o preconceito.
Dicas para quem quer começar
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Comece com um emulador (TK4 ou TK5) para aprender o ambiente mainframe;
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Aprenda o básico da linguagem COBOL: estrutura de um programa, comandos fundamentais, arquivos sequenciais;
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Explore CICS, JCL e DB2 aos poucos — é isso que o mercado realmente precisa;
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Participe de comunidades, como o Fórum COBOL Dicas e grupos no LinkedIn;
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Assista lives e tutoriais práticos no canal COBOL Dicas.
Conclusão
A geração Z pode até ter nascido num mundo digital moderno, mas o COBOL ainda é o que garante que o dinheiro entre no banco, o imposto seja calculado e o sistema funcione sem cair.
O futuro do COBOL vai depender de uma coisa: a coragem e curiosidade dos jovens de hoje. E de veteranos como nós, que decidimos ensinar, compartilhar e manter essa linguagem viva.
Enquanto o mundo não consegue substituir todos os sistemas legados — e isso vai demorar — o COBOL ainda é uma mina de ouro para quem souber aproveitar.