Quando se fala em microsserviços, a galera já pensa em aplicações modernas em Java, Node.js, ou Python. Mas e o COBOL? Fica de fora? Nada disso. O COBOL ainda roda o coração de bancos, seguradoras e governos — e dá sim pra integrar com arquiteturas modernas usando microsserviços.

Neste artigo, vamos mostrar como o COBOL pode conversar com aplicações em microsserviços, mantendo a robustez do legado e ganhando flexibilidade com novas tecnologias.

O que são Microsserviços?

Microsserviços são uma arquitetura de software onde a aplicação é dividida em pequenos serviços independentes, que se comunicam entre si (geralmente por API REST ou mensageria).

Cada serviço:

  • Tem uma responsabilidade específica (ex: cadastro, cobrança, autenticação)

  • Pode ser desenvolvido e implantado de forma independente

  • Usa diferentes linguagens ou bancos, se quiser

E o COBOL nisso tudo?

Sistemas legados em COBOL, como os de bancos, não vão sumir. Eles guardam dados críticos e processos sensíveis. A ideia é não reescrever tudo, mas sim expor funções específicas via microsserviços, modernizando por fora o que já funciona bem por dentro.

Formas de integração

1. APIs REST com CICS

Se o sistema COBOL roda no CICS, dá pra criar uma API REST com CICS Transaction Gateway ou até com suporte nativo via z/OS Connect. Você escreve um programa COBOL e o expõe como um endpoint /consulta-saldo, por exemplo.

2. Middleware / Broker (MQ)

O COBOL manda uma mensagem via IBM MQ, Kafka ou RabbitMQ, e um serviço moderno pega e processa. Isso isola os ambientes e dá robustez ao tráfego.

3. Arquivos e batch

Um microsserviço gera um arquivo JSON ou CSV que é lido por um job COBOL batch. Pode parecer simples, mas funciona e já é usado em muita empresa.

Exemplos práticos

  • 💳 Consulta de saldo: uma API moderna chama um programa COBOL que acessa dados VSAM e retorna o saldo em JSON.

  • 🏦 Autenticação: sistema novo em Node.js consulta regras de segurança em COBOL via MQ.

  • 📥 Processamento de lote: microserviço recebe os dados, grava em fila, e o batch COBOL processa no fim do dia.

Cuidados e dicas

  • ✅ Use camadas de segurança (SSL, autenticação JWT, etc.).

  • ✅ Tenha log, rastreabilidade e fallback nas integrações.

  • ✅ Faça testes contínuos e automatize o pipeline se possível.

  • 🚫 Não tente reescrever tudo em Java — modernize aos poucos.

Conclusão

O COBOL continua forte, mas precisa se adaptar. Integrar com microsserviços é o caminho do meio: mantém o que é sólido e traz o que é moderno. Não precisa matar o legado, precisa é fazer ele falar com o futuro.